O bom senso antissistema

Firme sem ser agressivo, o ex-juiz enviou recados a rivais e transformou seus pontos fracos em ativo político, seguindo o manual do marketing político

POR CLÁUDIO DANTAS 

O Antagonista 

O bom senso antissistema

Sergio Moro surpreendeu positivamente em seu primeiro discurso público como pré-candidato. Sim, ele já está em campanha para a Presidência da República, não para o Senado como querem tucanos e bolsonaristas — os petistas querem vê-lo preso, a propósito. Exceto por alguns ajustes sugeridos pela esposa Rosângela e assessores mais próximos, foi o próprio Moro quem escreveu o texto, lido no ato de filiação ao Podemos.

A cerimônia em si deixou a desejar, com erros técnicos e falhas de cerimonial, confirmando minha impressão sobre a falta de estrutura da legenda para levar uma campanha presidencial até o fim. Mas há tempo para ajustes.

Demonstrando firmeza, sem ser agressivo, o ex-juiz enviou recados a todos os rivais e transformou seus pontos fracos em ativo político, seguindo o manual do marketing político.

“Não tenho uma carreira política e não sou treinado em discursos políticos (…) o Brasil não precisa de líderes que tenham voz bonita. O Brasil precisa de líderes que ouçam a voz do povo brasileiro”, disse, logo no início.

Como reza a cartilha eleitoral, especialmente em tempos de mídias sociais e informação descentralizada, Moro aposta na autenticidade e reforça a impressão de que não será um candidato domável. Não vestirá, portanto, o figurino “paz e amor” para ser aceito no debate.

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