PF indicia ministro do Turismo e mais 10 por candidaturas-laranja no PSL em Minas
Ministro foi indiciado por um crime eleitoral
A Polícia Federal indiciou o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio (PSL), e mais 10 pessoas no inquérito sobre o uso de candidaturas-laranja no PSL em Minas Gerais. Ele foi indiciado pelo crime eleitoral de omissão na prestação de contas de campanha e pelo crime de associação criminosa.
O G1 entrou em contato com a assessoria do ministro e aguarda retorno. A reportagem também tenta contato com o PSL em Belo Horizonte.
- Entenda as investigações sobre as “candidaturas-laranja” do PSL em Minas
Indiciados
- Marcelo Álvaro Antônio – ministro
- Camila Fernandes – suspeita de ser candidata-laranja
- Debora Gomes – suspeita de ser candidata-laranja
- Haissander de Paula – ex-assessor do ministro quando ele era deputado federal, preso em junho deste ano
- Irineu Inacio da Silva – deputado estadual em Minas pelo PSL – conhecido como Professor Irineu
- Lilian Bernardino – suspeita de ser candidata-laranja
- Marcelo Raid Soares – dono de duas empresas gráficas em Belo Horizonte
- Mateus Von Rondon – assessor especial do ministro, preso em junho deste ano
- Naftali Tamar – suspeita de ser candidata-laranja
- Reginaldo Donizeti Soares – irmão de Roberto Silva Soares, sócio de duas empresas que prestaram serviço eleitorais às candidatas investigadas
- Roberto Silva Soares – Assessor do ministro, preso em em junho deste ano
O indiciamento faz parte da conclusão do inquérito da Polícia Federal. De acordo com o delegado Marinho Rezende, o inquérito foi entregue ao Ministério Público Eleitoral de Minas Gerais, nesta quinta-feira (3). Agora, cabe ao MPE decidir se apresenta ou não denúncia à Justiça.
O indiciamento das quatro mulheres e de Roberto Silva Soares, Haissander de Paula e Mateus Von Rondon foi feito pela PF em junho deste ano. O processo está em segredo de Justiça.
Marcelo é citado em depoimentos na investigação sobre o uso de candidaturas de mulheres na eleição de 2018 para desvio da verba eleitoral no estado. Ele era o presidente estadual do PSL, partido do presidente da República, Jair Bolsonaro. Consultada sobre o indiciamento, a Presidência da República disse que não iria comentar.
A suspeita é que o partido inscreveu essas candidatas sem a intenção de que elas fossem, de fato, eleitas. Isso porque o Tribunal Superior Eleitoral decidiu que pelo menos 30% dos recursos do fundo eleitoral devem ser destinados a candidaturas femininas.
Duas ações da PF já foram deflagradas para investigar o caso. Em abril, a primeira fase da operação cumpriu sete mandados de busca e apreensão em cinco cidades de MG, incluindo a sede da legenda em Belo Horizonte . A segunda fase aconteceu em junho e cumpriu três mandados de prisão, tendo como alvo principal o assessor especial de Álvaro Antônio, Mateus Von Rondon.
O ministro Marcelo Álvaro Antônio sempre negou irregularidades nas candidaturas.
A advogada Fernanda Lage Martins da Costa, que defende as quatro mulheres suspeitas, disse que já entrou com um pedido de habeas corpus no Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) e aguarda o julgamento deste recurso.
O G1 procurou o deputado estadual Professor Irineu e aguarda retorno. O G1 tenta contato com os demais indiciados.
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