TEMPO REAL: PRISÃO DE EDUARDO CUNHA

Deputado cassado foi preso no apartamento nesta quarta-feira (19)
Despacho que autorizou a prisão de Cunha é de terça-feira (17)

A prisão do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) nesta quarta-feira (19) trouxe à tona entre os deputados outros dois temas considerados explosivos para a política em Brasília: a possibilidade de com a prisão Cunha firmar um acordo de delação premiada e a especulação de que a prisão do peemedebista antecederia uma ordem de prisão do juiz Sergio Moro contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, também réu em processo da Operação Lava Jato.

Para o líder do PSOL na Câmara, Ivan Valente (SP), uma eventual delação de Cunha poderia “derrubar” o governo do presidente Michel Temer.

Às 18h47

Cunha chega à carceragem da PF em Curitiba

Eduardo Cunha foi levado para Curitiba - André Dusek/Estadão

Às 18h40

“Delação não está no nosso radar”, diz advogado de Eduardo Cunha

Um dos advogados do ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Ticiano Figueiredo, disse que um eventual acordo de delação premiada não estava “no radar” do ex-presidente da Câmara dos Deputados preso nesta quarta-feira (19) em Brasília.  “Até o presente momento, não havia hipótese de fazer delação. A delação não estava no nosso radar”, disse Ticiano. O advogado disse que apesar da prisão, ainda não há indicação de que Cunha possa fazer uma eventual delação.

O advogado, que está em Curitiba, disse que deverá se encontrar com ex-deputado nos próximos dias para redefinir a estratégia de defesa de Cunha. Cunha chegou à capita paranaense por volta das 17h desta quarta.

“Vamos nos encontrar e avaliar o que será feito. Ele estava em Brasília para, entre outras coisas, conversar com seus advogados sobre sua estratégia de defesa”, afirmou o defensor.

Ticiano afirmou que Cunha e sua defesa trabalhavam com cenários nos quais a sua eventual prisão era cogitada. “A gente avaliava todos os riscos (inclusive o da prisão). O Eduardo acredita muito no julgamento justo do processo dele. Ele vai esclarecer as mentiras dos delatores”, disse o advogado.

Às 18h37

Moro: há evidências de que Cunha é criminoso ‘profissional’

O juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, afirmou, no despacho em que decreta a prisão do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que há indícios de que o político pratica crimes de forma “reiterada”, “profissional” e “sofisticada”. De acordo com o magistrado, Cunha atua para obstruir a investigação da Operação Lava Jato e intimidar testemunhas, advogados e autoridades que atuam na investigação do petrolão.

Sergio Moro ponderou que a cassação de Cunha, aprovada em setembro com o voto de 450 deputados, acarretou a perda de parte da influência política do ex-parlamentar, mas ainda assim há risco para as investigações e para a manutenção da ordem pública. Esses argumentos, somados ao fato de Eduardo Cunha poder ainda ter recursos no exterior e, no limite, fugir do Brasil, foram elencados pelo juiz para decretar a prisão preventiva do peemedebista. “Há indícios de que Eduardo Cosentino da Cunha teria se envolvido na prática habitual e profissional de crimes contra a Administração Pública e de lavagem de dinheiro”, disse.

“O acusado Eduardo Cosentino da Cunha agiu subrepticiamente, valendo-se de terceiros para obstruir ou intimidar. Embora a perda do mandato represente provavelmente alguma perda do poder de obstrução, esse não foi totalmente esvaziado, desconhecendo-se até o momento a total extensão das atividades criminais do ex-parlamentar e a sua rede de influência”, pontuou Sergio Moro. O juiz citou, por exemplo, a ingerência de Cunha sobre o lobista Julio Camargo, que havia poupado o político em seus depoimentos de delação premiada e só admitiu em um segundo momento que o ex-deputado lhe cobrara 5 milhões de dólares em propina.

ÀS 18H30

Eduardo Cunha considera prisão absurda

O ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) reagiu nesta quarta-feira a ordem de prisão expedida contra ele pelo juiz Sergio Moro e atacou o Ministério Público Federal em Curitiba. “Trata-se de uma decisão absurda, sem nenhuma motivação e utilizando-se dos argumentos de uma ação cautelar extinta pelo Supremo Tribunal Federal”, disse Cunha por meio de nota. O político está neste momento a caminho de Curitiba, onde deverá se apresentar à Superintendência da Polícia Federal na capital paranaense por volta das 16h30.

Rodrigo Janot havia solicitado a prisão de Eduardo Cunha por considerar que ele continuava mantendo influência sobre correligionários e aliados e impedindo que investigações contra ele seguissem adiante. A penalidade, alegou o chefe do Ministério Público, seria uma prisão preventiva sancionatória, já que Cunha havia sido suspenso de seu mandato e afastado da presidência da Câmara dos Deputados, mas ainda assim continuava a atuar contra o avanço de apurações da Operação Lava Jato. O ministro Teori Zavascki, do STF, no entanto, arquivou o pedido de prisão do político. Cassado, Cunha perdeu o direito ao foro privilegiado e teve parte de seus processos remetidos para Curitiba e passou a ficar sob a alçada do juiz Sergio Moro.

“A referida ação cautelar do supremo, que pedia minha prisão preventiva, foi extinta e o juiz, nos fundamentos da decretação de prisão, utiliza os fundamentos dessa ação cautelar, bem como de fatos atinentes a outros inquéritos que não estão sob sua jurisdição, não sendo ele juiz competente para deliberar”, atacou Eduardo Cunha nesta quarta.

Ao pedir a prisão de Cunha, a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba listou argumentos similares aos que já haviam sido invocados pelo procurador-geral da República Rodrigo Janot quando ele defendeu que o político fosse suspenso do mandato parlamentar. Segundo a força-tarefa da Lava Jato, evidenciam a disposição de Cunha de atrapalhar as investigações iniciativas como o assédio a lobistas, o uso da extinta CPI da Petrobras para coagir a advogada Beatriz Catta Preta e o doleiro Alberto Youssef e a contratação da empresa de investigação Kroll para desqualificar informações dadas em depoimento por delatores.

Às 18h25

Eduardo Cunha embarcando para Curitiba

O deputado cassado, Eduardo Cunha, foi preso comendo pão com manteiga. Não deu para concluir o lanche.

Prisão do ex-deputado Eduardo Cunha Foto: ANDRE COELHO / Agência O Globo

Eduardo Cunha embarcando em avião da PF – Foto: O Globo

Às 15h19

Eduardo Cunha previa que será pena dura

POR JOSIAS DE SOUZA

Do Uol

Em conversa com um deputado peemedebista, Eduardo Cunha disse na noite de terça-feira (18) que esperava ser preso a qualquer momento. Passou a trabalhar com a hipótese de ser detido depois que um dos processos que protagoniza chegou às mãos de Sergio Moro. Seus temores confirmaram-se nesta quarta-feira. Nas palavras do ex-mandachuva da Câmara, o juiz da Lava Jato não perderia a “oportunidade” de colocá-lo atrás das grades.

Cunha disse ao correligionário do PMDB que receia ser tratado por Moro de forma draconiana. Comparou a sua situação à do ex-vice-presidente da Câmara, André Vargas. Cassado pela Câmara depois de ter sido pilhado mantendo relações monetárias com o doleiro Alberto Youssef, o ex-petista Vargas também migrou do foro privilegiado do STF para a primeira instância do Judiciário.

Preso por ordem de Moro, arrostou uma primeira condenação por corrupção e lavagem de dinheiro. Pegou 14 anos de prisão, em regime inicialmente fechado. E não saiu mais da cadeia. Cunha revela-se conformado quanto à perspectiva de ser sentenciado na Lava Jato. Avalia que sua pena será bem mais severa do que foi imposta a Vargas, superior a 20 anos.

Cunha desenvolve um raciocínio político. Acha que os procuradores da Lava Jato e Sergio Moro utilizarão o seu processo para desmontar a tese petista segundo a qual a Lava Jato persegue o PT. Durante a conversa da noite de terça-feira, o agora prisioneiro da Polícia Federal não disse palavra sobre a hipótese de tornar-se um delator.

Às 15h15

Cunha já tinha mala pronta

Antes de prendê-lo em Brasília, a Polícia Federal tentou prender Eduardo Cunha em sua casa, na Barra da Tijuca, no Rio, hoje de manhã. Apenas após não o encontrar, os agentes da PF foram ao apartamento funcional que ele ainda ocupava na Asa Sul, em Brasília. Cunha já tinha uma mala preparada para uma eventual prisão.

Às 15h08

Cunha teve R$ 220,6 milhões bloqueados

Ministério Público pede bloqueio de R$ 220,6 milhões em bens de Eduardo Cunha, na Operação Lava-Jato

Às 15h04

Cunha tem veículos apreendidos

Além da prisão de Eduardo Cunha, o Ministério Público Federal pediu a apreensão de oito veículos:
– Porsche Cayenne modelo 2013
– Porsche Cayenne modelo 2006/2006
– Land Rover Freelander modelo 2007/2008
– Hyundai Tucson modelo 2008/2009
– Volkswagen Tiguan modelo 2010/2011
– Volkswagen Passat Variant modelo 2003/2004
– Ford Edge modelo 2013
– Ford Fusion 2013

Às 15h02

Polícia Federal não sabia onde Eduardo Cunha se encontrava

Sérgio Moro autorizou ontem a prisão de Eduardo Cunha, mas a Polícia Federal não sabia exatamente sua localização. Informações de que ele estaria no Rio levaram a PF a entrar em sua residência na Barra da Tijuca.

Outro endereço de São Paulo também foi colocado em monitoramento. Só no final da manhã de hoje chegou a confirmação de que ele estava em Brasília.

 

Às 14h09

Eduardo Cunha já está no angar da Polícia Federal em Brasília

Eduardo Cunha já está no hangar da Polícia Federal em Brasília. Deve partir rumo a Curitiba em 40 minutos.

A PF já prepara sua cela na carceragem. Eles tentam evitar que ele tenha contato com os demais presos da Lava Jato, mas está difícil.

Às 14h07

Prisão de Cunha é preventiva

Sérgio Moro determinou a prisão preventiva de Eduardo Cunha, ou seja, quando há risco de fuga ou interferência nas investigações.

Cunha não tem data para sair da cadeia.

Às 13h59

Eduardo Cunha foi preso de seu apartamento em Brasília

duardo Cunha acaba de ser preso pela Polícia Federal no âmbito da Lava Jato.

O deputado cassado foi preso perto do prédio onde estava morando, na Asa Sul, em Brasília.

Às 13h57

prisao-de-eduardo-cunha

O juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato na primeira instância da Justiça, determinou na terça-feira (18) a prisão do ex-presidente da Câmara e deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O pedido é de previsão preventiva, ou seja por tempo indeterminado.

Ele foi preso em Brasília nesta quarta (19), no apartamento dele, segundo a GloboNews. A previsão da Polícia Federal (PF) é de que ele chegue a Curitiba no fim desta tarde.

O peemedebista perdeu o mandato de deputado federal em setembro, após ser cassado pelo plenário da Câmara. Com isso, ele perdeu o foro privilegiado, que é o direito de ser processado e julgado no Supremo Tribunal Federal (STF).

Processo
Moro retomou na quinta-feira (13) o processo que corria no Supremo Tribunal Federal (STF) contra Cunha. Em resumo, a ação penal trata da existência de contas na Suíça em nome do ex-parlamentar.

Como o STF já havia aceitado a denúncia, Moro apenas vai continuar o julgamento do caso, a partir de onde o processo parou na Suprema Corte.

O processo foi transferido para a 13ª Vara da Justiça Federal no Paraná após Cunha perder o mandato de deputado federal.

Junto com o cargo, ele também perdeu o direito à prerrogativa de foro – o chamado foro privilegiado, que lhe garantia a possibilidade de ser julgado apenas pelo STF.

Agora, toda a ação penal contra o ex-deputado deverá correr nos trâmites normais do Judiciário para qualquer cidadão. Isso significa que o julgamento contra Cunha poderá passar por todas as instâncias até que seja definida uma condenação.

No despacho em que recebeu a denúncia, Moro fez questão de lembrar que o MPF retirou a acusação de crime eleitoral contra Eduardo Cunha. O motivo, segundo o juiz, foi o fato de que a Justiça Federal não poderia julgar crimes eleitorais. Isso cabe apenas à Justiça Eleitoral.

Cláudia Cruz, mulher de Cunha, já responde por lavagem de dinheiro e evasão de divisas na Justiça Federal do Paraná. De acordo com as investigações, Cláudia Cruz foi favorecida, por meio de contas na Suíça, de parte de valores de propina de cerca de US$ 1,5 milhão recebida pelo marido.

Fonte: G1

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