Dilma colhe o que plantou; Temer pensa no dia seguinte
Temer pensa no dia seguinte
POR KENNEDY ALECAR
A decisão do PMDB de romper com o governo, prevista para ser anunciada hoje à tarde em Brasília por aclamação em reunião do Diretório Nacional, torna praticamente inevitável a aprovação do impeachment da presidente da República na Câmara dos Deputados. Também indica que será provável que o Senado aceite processar Dilma Rousseff por crime de responsabilidade.
Isso significa que Dilma pode perder o poder ao longo do mês de abril.
Como é o maior partido da Câmara e o principal aliado do PT, a saída do PMDB do governo servirá como uma senha para que partidos como o PP, o PSD, o PR e outros sigam o mesmo caminho.
A votação do rompimento por aclamação, acertada num acordo da cúpula do partido, é uma grande derrota de Dilma. O governo não teve força nem para realizar uma votação a fim de delimitar o que lhe restava de apoio na legenda. Provavelmente, muito pouco.
Por outro lado, a aclamação mostra que o PMDB estará unido em torno de um eventual governo Temer. A aclamação foi aceita pelo presidente do Senado, Renan Calheiros, até ontem o principal aliado do governo. Após reunião ontem com Temer, Renan entregou Dilma às feras.
Sem um mapa de votação, os defensores do impeachment não poderão ter nomes a perseguir num eventual governo Temer. Isso facilitará a migração dos atuais governistas, que estão com Dilma apenas para manter as aparências.
A saída do PMDB indica um colapso político do governo Dilma. Mostra que naufragou sua articulação política.
Para piorar, o ministro Luiz Roberto Barroso disse ontem que o STF não deverá examinar o mérito do crime de responsabilidade do pedido em tramitação na Câmara. Barroso afirmou que isso caberá ao Congresso. Logo, Dilma está na mãos de deputados e senadores que desejam que ela deixe o poder.
Fonte: www.uol.com.br
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