100 dias de pandemia no RN: veja evolução da Covid-19 no estado

Doença teria chegado ao estado em 12 de março

Pessoas utilizam máscaras para fazer compras em supermercados — Foto: Pedro Vitorino/Cedida

Há 100 dias, a pandemia do novo coronavírus chegava ao Rio Grande do Norte pela capital Natal. Desde então, 16 mil pessoas foram infectadas com a Covid-19 e outras 693 tiveram a vida interrompida por causa da doença.

O primeiro registro do novo coronavírus ocorreu em 12 de março e – em média – 160 pessoas tiveram o diagnóstico positivo notificado da doença todos os dias, desde o início da pandemia até este sábado (20). A primeira morte ocorreu duas semanas após a confirmação do primeiro caso, no dia 28 de março em Mossoró.

Neste intervalo de 100 dias, a pandemia alterou bruscamente a rotina dos potiguares. Serviços deixaram de ser prestados presencialmente, prédios públicos mudaram o funcionamento, eventos foram suspensos e locais públicos tiveram que ser isolados. Pouco mais de três meses após a chegada da doença, a rede pública de saúde sofre com superlotação e falta de leitos para tratar a Covid-19.

A doença rapidamente se espalhou por todo estado, chegando a municípios do interior, regiões periféricas, aldeias e presídios. Das 167 cidades potiguares, apenas sete não registram casos confirmados de coronavírus até este sábado (20), de acordo com boletim epidemiológico da Sesap.

“O que percebo nesses 100 dias de pandemia é que ela vem seguindo o curso que a gente já esperava. Epidemiologistas, infectologistas e pessoas que pesquisam de maneira séria já vinham mostrando que – caso as medidas de isolamento não fossem cumpridas – a doença ia sofrer essa interiorização, que é o que a gente vê hoje”, destaca Luiz Paulo Rosa, médico de família e comunidade, que atua nas cidades de Sítio Novo e Natal.

E acrescenta: “No interior os casos ainda não são em grande número, mas não sabemos se é por causa da subnotificação ou se é porque as pessoas estão isoladas e protegidas. Mas considerando o atual estado das coisas, essa interiorização vai acontecer cada dia mais e residir no interior vai deixar de ser um fator de proteção e vai passar a ser um fator de risco”.

Um estudo da Universidade de Estado do Rio Grande do Norte (UERN) revelou que o estado pode ter até seis casos não notificados de Covid-19 para cada caso confirmado oficialmente da doença. A pesquisa mostrou ainda que a subnotificação de óbitos é de 100%. Isto é, para cada morte notificada, outra deixa de ser contabilizada.

Para os próximos 100 dias, a infectologista Marise Freitas alerta para a necessidade da manutenção das medidas de distanciamento para conter a pandemia. A especialista projeta uma reabertura gradual da economia e reforça que o número de casos continuará alto.

“O esforço até aqui valeu a pena. Precisamos entender que o vírus vai continuar circulando e na hora que adotarmos essa retomada, que seguramente vai acontecer, nós precisaremos estar atentos à pequenas ondas de elevações de casos e de óbitos. Temos que continuar mantendo os cuidados de distanciamento e higiene, sobretudo nos espaços públicos. É importante a população entender que quando nós falamos em abertura, isso não significa ir à rua e achar que tudo voltou ao normal porque isso não vai acontecer nos próximos 100 dias”, explica Freitas.

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