País adotará emergência para retirar cidadãos de área de surto de coronavírus, diz ministro

Luiz Henrique participou de reunião ministerial sobre o coronavírus

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou nesta segunda-feira (3) que o Brasil, mesmo sem casos confirmados de infectados com coronavírus, vai reconhecer estado de emergência em saúde pública. Segundo o ministro, a medida tem “fins administrativos” como, por exemplo, viabilizar a repatriação de brasileiros que estão em Wuhan, cidade chinesa onde o surto de coronavírus teve origem.

Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil tem 16 casos suspeitos, nenhum confirmado. Metade dos pacientes está em São Paulo. Há suspeitas também no Ceará (1), Paraná (1), Santa Catarina (2) e Rio Grande do Sul (4).

Mandetta falou com a imprensa após participar de uma reunião com outros ministros, no Palácio do Planalto, para discutir a volta dos brasileiros que estão na cidade chinesa. O governo decidiu no último fim de semana organizar uma operação para a repatriação.

O ministro explicou que vai assinar um ato para elevar para o nível 3 a classificação de risco em relação ao coronavírus. A mudança de patamar faz parte de um protocolo de uma escala que vai de 1 a 3. Em geral, o nível 3 só é ativado quando são confirmados casos transmitidos em solo nacional, porém o governo brasileiro abrirá uma exceção.

  • Nivel 1 – alerta
  • Nível 2 – perigo iminente
  • Nível 3 – emergência em saúde pública

“Vamos entrar em um nível 3 por um ato discricionário do ministro da Saúde, para poder dar as condições dos demais órgãos poderem fazer, por exemplo, como se faz um avião sair daqui e ir até a China e voltar, contratação. Como se monta, pessoas que vão ter que ser designadas para ficar em um ambiente que vai ser espaço de quarentena, equipamentos, enfim. Que é uma situação totalmente de atipia”, explicou Mandetta.

“A gente vai reconhecer para fins administrativos. A gente vai fazer para poder viabilizar inclusive essa operação [de repatriação], que ela vai denotar gastos”, concluiu.

Os repatriados de Wuhan deverão passar por quarentena, de acordo com o governo (veja detalhes mais abaixo). Questionado sobre o motivo de apenas as pessoas que chegarem de Wuhan deverem passar por quarentena, e não pessoas vindas de outras partes da China, o ministro disse que a cidade é a única que o governo chinês bloqueou do contato com o resto do país.

“Por que só os brasileiros da cidade de Wuhan? Eu achei interessante essa pergunta. Porque ela é única cidade, ela tem 70 % dos casos, ela é o epicentro, ela é a unica cidade que o governo chinês fez bloqueio. Eles estão em regime de quarentena. A cidade como um todo. Seria uma irresponsabilidade muito grande a gente entrar dentro da quarentena e não reconhecer que o sistema de saúde chinês, com o sistema chinês que os colocou em quarentena”, afirmou Mandetta.

Segundo o ministro, foram identificados 55 brasileiros na região de Wuhan, dos quais 40 manifestaram interesse em retornar ao Brasil. Os números ainda não foram fechados.

Ao ser questionado sobre quando chegarão ao país os brasileiros que estão na cidade de Wuhan, Mandetta que não gosta de “trabalhar com prazo”.

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