Ex-ministro da Justiça tem uma aceitação impossível de negar e vai se firmando como a terceira via para a eleição presidencial de 2022
POR ÁLVARO ALVES DE FARIA
JovemPan News
Sergio Moro em entrevista coletiva após filiação ao Podemos
A situação é a seguinte: Luiz Inácio da Silva (PT) ataca Bolsonaro (PL). Bolsonaro ataca o ex-juiz Sergio Moro (Podemos). E o ex-juiz ataca os dois. Hoje o cenário é esse, com Moro crescendo nas pesquisas que estão sendo realizadas e se firmando como a terceira via para a eleição presidencial de 2022. Para desespero de alguns e alegria de outros, Moro começa a ter uma aceitação impossível de negar. Por enquanto, o ex-juiz e ex-ministro da Justiça continua trilhando seu caminho com alguma timidez, mas já está cercado por gente experiente no assunto, a começar pelo ex-presidente do Banco Central, Affonso Celso Pastore, uma espécie de conselheiro. Sergio Moro parece já acostumado com as críticas duras que vem recebendo. Não responde a nenhuma. Prefere ignorá-las.
Agora, Sergio Moro planeja para janeiro de 2022 uma viagem ao Nordeste, para cativar o reduto que sempre pertenceu a Luiz Inácio. Moro sabe que essa viagem será um teste importante. Inicialmente, pensa em passar pela Bahia e depois pelo Ceará. Luiz Inácio faz de conta que não está preocupado com essa viagem e com o crescimento de Moro nas pesquisas de intenção de voto. Como é de seu feitio, considera-se imbatível nas eleições de 2022. Não tem adversário, seja o atual presidente Jair Bolsonaro ou o ex-juiz. As más línguas dizem que Lula já está até formando o seu ministério.
Sergio Moro é aquele candidato que começa a comer pelas beiradas. A próxima pesquisa já virá com uma preferência marcada em dois dígitos. E dizem que o número vai surpreender muita gente, especialmente o governo. Então a ordem agora é atacar Moro. E isso fica com Bolsonaro. Lula não quer se meter nisso. Prefere mesmo atacar Bolsonaro, chamando-o de “grosso, grosseiro, uma anomalia política”. E até explica: “Sabem o que é anomalia? Anomalia é aquilo que nem devia existir”. E vai levando essa ladainha para as plateias favoráveis, sempre favoráveis, às quais faz seus discursos com a certeza do aplauso.
Também o governador de São Paulo, João Doria, está interessado em se reunir com Moro. E diz textualmente que deseja fazer uma aliança com o ex-juiz. Doria adianta que essa união é possível, até porque sempre teve com Moro uma boa relação, além do respeito. Doria observa que Sergio Moro ajudou o Brasil por meio da Lava Jato, que levou para a cadeia corruptos que nunca imaginaram que pudessem um dia habitar uma cela num presídio; caso de Luiz Inácio, por exemplo, que sempre se colocou acima do bem e do mal e que, pelo poder, traiu a própria vida. Doria observa que tem de haver um nome de consenso, mas que não seja escolhido pelos resultados das pesquisas eleitorais.